Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que soque não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo : "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu.
Eis o resultado da minha pesquisa sobre arte tipográfica que o Sr. google me ajudou a fazer... A acrescentar que isto de pesquisar em Portugal e terminar no Brasil é algo que me faz sentir privilegiada por ter nascido na era da informação e não na era da pedra. Esboçem um sorriso com esta frase a jeito de piada. :) Trouxe-me ideias, novas linhas de pensamento e ainda me fez rever as minhas ideias para a interpretação visual dos versos de Fernando Pessoa.
Tipografias por Claudio Reston
Dylan Rosco
http://gorosco.com/
SHCH Graphics Group http://www.sgr.kiev.ua/ Uma salva de palmas para este grupo... fabuloso o site e o seu trabalho!
Depois de algumas dificuldades técnicas e novas explorações, eis que surge o resultado da proposta 1, como resultado da minha interpretação do musical Libertango de Astor Piazolla.
A composição visual presente tem as mesmas cores escolhidas, o vermelho e o preto, anteriormente. No entanto, a disposição das cores e e o movimento é diferente. De acordo com o espaço em recurso, um círculo de 12 centímetros de diâmetro, estabeleci uma linha de conexão com o que fundamenta as minhas escolhas (ver memória descritiva), sem no entanto me descuidar com o facto do espaço a trabalhar e em destaque ser diferente.
Em todos lugares que vamos existe sempre uma dimensão que ilustra, dá vida e expressão nos nossos dias : a cor. A cor desempenha um papel importante e imprescindível para os nossos sentidos. Muitas das coisas que conhecemos, associamos a determinadas cores e determinados sentimentos a determinadas tonalidades. A existência de cores frias e cores quentes está implicitamente relacionada com as sensações que estas nos provocam: frio, calor, frescura, esperança, limpidez.
São muitos os símbolos, logótipos e imagens que possuem um especial significado devido a cor que lhes foi conferida. A cor em si pode tornar-se numa mensagem. A Coca-Cola não seria a mesma se lhe mudássemos o vermelho para cinzento ou cor-de-rosa, nem a estrela da Mercedes para amarelo. Os objectos ganham sentidos e conotações diferentes em função da cor que lhe és associada. Mas a cor tem diferentes funções, “ não tem a mesma função para o designer e para o pintor. O designer opera em ligação com a ciência e a indústria, o pintor tem relações com o artesanato e com a produção manual. O designer tem de usar a cor de modo objectivo enquanto o pintor usa-a de modo objectivo.” (Munari, 1968: 362).
A cor é uma das características do nosso envolvimento com o mundo que gira à nossa volta: propicia atmosferas, ambientes, dá-nos memórias com diferentes sensações e marca diferentes momentos. O verde da Primavera, o castanho do Outono, o branco do Inverno e o vermelho do Verão são algumas das associações que consigo fazer. A cor, pessoalmente, tem uma ligação muito directa com várias sensações e influencia as minhas escolhas e modifica por exemplo, o meu estado de humor. Sendo um importante elemento da linguagem visual, um dos elementos definidos por D. Doudis, a cor expressa sobretudo um interior de uma mensagem a passar ao destinatário, ligada a valores, escolhas, sentimentos e vontades. No entanto, existe “um aspecto funcional da cor, ligado à comunicação visual e à psicologia: a cor de um objecto que se utiliza continuamente (a máquina de escrever) deverá ser opaca e neutra. Opaca para reflexos de luz que podem cansar a vista, e neutro pela mesma razão. Uma cor intensa, observada durante muito tempo, produz uma reacção na retina, fazendo surgir a cor complementar com o objectivo de restabelecer o equilíbrio fisiológico alterado.” (Munari, 1968: 363).
Estando certa da importância inegável e de que na vida nem "todos os gatos são pardos", considero que a minha reflexão sobre a Cor me faz afirmar que tudo quanto escolhemos, gostamos, queremos e utilizamos está iminentemente relacionado com a cor e a sua conjugação. A sensibilidade da escolha entre as cores e dos contrates utilizados pode definir um bom logótipo e a imagem de uma empresa, mas não só está relacionada com as questões do marketing. Na proposta 1 utilizei o vermelho e o preto porque as associo ao Tango e à música escolhida.
Deixo aqui um vídeo feito por um fã de David Fonseca da música "Dreams in Colour" que expressa em muito, a conotação que as cores possuem e os jogos infinitos que somos capazes de fazer.
A necessidade inata que o Homem tem de comunicar, provocou-lhe a vontade de procurar, desde os tempos primitivos, formas para comunicar com os que o rodeavam e com uma relativa distância através de uma série de instrumentos rudimentares (sinais de fumos, tambores, etc...). É com a invenção dos Fenícios da escrita, que nascem novas formas de comunicação e novos rumos para a história da humanidade, como a imprensa, a rádio e outros meios audiovisuais insubstituíveis no nosso quotidiano. Torna-se importante , nesta linha de pensamento, perceber e compreender a engrenagem da comunicação, de maneira a que se comunique da melhor forma e mais eficaz. Para existir comunicação pressupõe-se a existência de um ou mais receptores, um canal de comunicação através do qual a mensagem é transmitida, um código de comunicação e um contexto.
A mensagem em comunicação visual necessita de um suporte visual, isto é, “ o conjunto de elementos que tornam visível a mensagem, todas aquelas partes que devem ser consideradas e aprofundadas para se poderem utilizar com a máxima coerência em relação à informação. “(Munari: 1968: 92). A tipografia é, neste sentido, uma importante plataforma de comunicação visual. No nosso quotidiano estamos constantemente a receber e a emitir mensagens, facto que inegavelmente tem sido potencializado com o crescente impacto das novas tecnologias de informação, o que nos permite dizer que estamos cada vez mais “próximos” e mais facilmente comunicamos.
Este ambiente que aproxima e facilita a comunicação entre as pessoas, pelo mundo inteiro, não significa necessariamente que comuniquemos bem ou eficazmente. Daí que se levantem questões e problemas sobre a comunicação visual. O que comunicamos e para quem comunicamos são questões e coordenadas centrais a estudar e tentar compreender. Tal como já referi anteriormente, para comunicar tem de existir um código comum aos dois emissores. A tipografia é uma das formas de comunicação, que remontando aos tempos greco-romanos, foi evoluindo de acordo com diversas culturas e, ganhando diferentes expressões de acordo com com o contexto onde se desenvolveram. Ultrapassando a função informativa, percebeu-se o alcance da tipografia e o interesse da mesma, na passagem de uma mensagem. Assim, muitas marcas, entidades e representatividades fizeram da tipografia dos seus logótipos. Como é exemplo:
Coca-Cola
DKNY
Calvin Klein
Kinder
Nokia
Macintosh
A importância da tipografia na história do Homem até à era actual tem vindo a ser uma porta para os nossos sentidos e um importante meio para fidelizar as pessoas relativamente a uma determinada marca, mensagem ou ideia.
Este vídeo despertou o meu interesse porque gostei imenso da mensagem e da intensidade retirada da letra da música e espelhada na tipografia escolhida. É curioso perceber que sem imagens e apenas com caracteres se consegue fazer um jogo entre uma mensagem e caracteres.